A Evolução Humana e o Poder do Toque: Por que a Massagem Faz Tanto Sentido para o Nosso Corpo

Desde os tempos mais remotos, o corpo humano tem passado por transformações profundas. Com a evolução da postura bípede, ou seja, andar sobre duas pernas, nossos músculos, articulações e sistema esquelético tiveram que se adaptar a novas pressões. A coluna vertebral passou a sustentar o peso do tronco em posição vertical e uma cabeça pesada, os ombros se reorganizaram, e as mãos ficaram livres para manipular objetos e com isso de cuidar de outros de novas formas com toque.

O toque, aliás, sempre foi mais do que um gesto simples. Entre os primatas, é comum vermos comportamentos de cuidado mútuo através do toque, como o “grooming”, onde um indivíduo limpa e massageia outro. Esse ato vai além da higiene: fortalece vínculos sociais, reduz o estresse e cria sensação de segurança. Esses efeitos não desapareceram com o tempo. Ao contrário, ainda estão vivos em nós.

Na vida moderna, porém, nos afastamos cada vez mais do contato físico genuíno. Passamos horas sentados, presos a telas, com músculos tensos e mentes agitadas. É aí que a massagem se torna não apenas uma técnica de relaxamento, mas quase uma necessidade biológica. Ela responde a uma demanda profunda do nosso corpo e do nosso cérebro por cuidado, toque e equilíbrio.

Estudos mostram que a massagem reduz os níveis de cortisol (o hormônio do estresse), melhora a circulação sanguínea, alivia dores musculares e ativa áreas do cérebro ligadas ao bem-estar. Esses efeitos positivos têm raízes evolutivas. O nosso corpo espera por esse tipo de estímulo, ele foi moldado, ao longo de milhares de anos, para responder ao toque como um sinal de segurança, conforto e cura.

Em outras palavras, a massagem é mais do que um luxo: é uma prática profundamente conectada à nossa história como espécie. Quando alguém recebe uma massagem, não está apenas cuidando do corpo tenso do presente, está também dialogando com um corpo ancestral que aprendeu, através da evolução, que o toque pode curar.

Texto escrito por Nils Bergqvist 28/03/2025.