O trabalho do músculo


Quando o músculo trabalha, ele precisa de um constante fornecimento de oxigênio, glicose ou ácidos graxos. Estes elementos são transportados para o músculo através de pequenos vasos sanguíneos que ficam junto com as fibras musculares. A oxigenação e o transporte de nutrientes são mais alto onde tem mais capilares sanguíneos. Dentro da célula ou fibra muscular existem as mitocôndrias, que produzem a energia necessária para o músculo, como se fossem as usinas produtoras de energia da célula. A mitocôndria usa o oxigênio para esta produção. No músculo ainda existe um estoque de glicogênio, que também pode ser usado para produzir energia. Quando um neurônio estimula uma fibra muscular, ela precisa de energia para contrair. E esta energia vem da nossa comida. Quando a gente faz uma caminhada, por exemplo, o corpo usa o oxigênio, glicose ou ácidos graxos para fornecer energia para os músculos. O corpo tem duas maneiras de fornecer esta energia necessária para o trabalho do músculo: aeróbio e anaeróbia. O processo aeróbio acontece quando o músculo tem oxigênio suficiente para o trabalho que ele vai fazer. Neste caso, as mitocôndrias na célula utilizam o oxigênio e a glicose ou acidos graxos para criar energia, chamada Trifosfato de Adenosina (ATP). Esta energia vai para onde a fibra muscular necessita. A sobra de toda esta combustão é a água e o dióxido de carbono (CO2). O dióxido de carbono é transportado pelo sangue até os pulmões e são liberados pela respiração. Este tipo de combustão é o mais produtivo no corpo porque oxida por completo o combustível. Ele acontece, por exemplo, quando andamos ou fazemos um trabalho mais leve.


O segundo processo, o anaeróbio, acontece quando não há oxigênio suficiente no músculo para o trabalho. Por exemplo, quando nadamos embaixo da água ou durante uma corrida muito rápida, como quando se vai atrás do ônibus, atrasado para o trabalho. O corpo não tem como fornecer a energia com ajuda do oxigênio, porque o processo é um pouco lento. É aí que o corpo usa uma segunda alternativa para fornecer a energia aos músculos. Ele faz a combustão sem oxigênio, usando só a glicose. É um processo dinâmico e rápido. Porém, produz lactato (uma fermentação), que se acumula no músculo. Se o oxigênio não for suficiente para dar continuação ao trabalho muscular, o lactato produzido vai chegar a uma proporção que impossibilita o movimento. O músculo pára de funcionar momentaneamente. E só depois de um tempo de descanso, começa a funcionar normalmente de novo. Os atletas que correm 400m, por exemplo, não têm tempo suficiente para fazer a combustão com oxigênio durante a corrida. Por isso, eles acumulam grande quantidade de ácido láctico e normalmente se deitam no chão após terminar a corrida, respirando profundamente durante um bom tempo, até o corpo limpar a acidez dos músculos. Quem transforma o lactato produzido em glicose de novo, é o fígado.


Para o massagista, estas informações são fundamentais. Muitos trabalhos que nós fazemos diminui o funcionamento do músculo, levando não só a dores como também a outros problemas como o mau funcionamento dos movimentos, fraqueza e cãibras. Uma boa massagem aumenta a circulação sanguínea e traz oxigênio de novo ao músculo, aliviando o músculo e fazendo com que ele volte à normalidade. Por isso a massagem é muito indicada para atletas. É por isso também que todas as equipes de elite de esporte fornecem algum tipo de massagem aos atletas, porque a recuperação muscular é muito mais rápida. Mas os benefícios da massagem valem também para quem não pratica o esporte. Pessoas que trabalham sentadas ou fazem um trabalho repetitivo também sobrecarregam os músculos. Por isso, não é exagero falar que quase todas as pessoas no mundo se beneficiariam com a massagem.


Texto escrito pelo Nils Bergqvist 18/07/2023.

Cíclo do Krebs

Imagem mostrando ciclo do Krebs (uma parte da respiração celular aeróbio). Imagem comprada no Adobe Stock.